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13 sintomas para detectar um ataque de ansiedade e como ajudar a pessoa que sofre dele

Ataques de ansiedade estão relacionados com momentos de stress ou eventos traumáticos, embora possam ocorrer mesmo em situações calmas. Conhecer alguém que sofre ou sofreu com eles é muito comum: de acordo com um estudo publicado pela Sociedade Internacional de Perturbações Afectivas, mais de 10% da população adulta em Espanha sofreu um destes ataques.

Estas crises, também chamadas “ataques de ansiedade” ou “ataques de pânico”, são “uma reacção emocional extrema de alarme, que vem causar medo”, explica por telefone a Verne Antonio Cano Vindel, Professor de Psicologia da Universidade Complutense de Madrid e presidente da Sociedade Espanhola para o Estudo da Ansiedade e do Stress.

Para Cano, uma das principais causas de pânico durante os ataques de ansiedade é o medo que produz a ignorância dos próprios sintomas. “São semelhantes às de uma situação de ansiedade comum, a mesma que se pode sentir quando se faz um exame ou uma entrevista de emprego”, explica, “mas quando aparecem sem explicação aparente, produzem medo e inquietação”. Por sua vez, esse medo e inquietação alimentam os sintomas.

“Ocorre um círculo vicioso”, diz Cano. “Se a pessoa afectada começa a ter taquicardia, pensa que pode estar a ter um ataque cardíaco, por isso assusta-se, a ansiedade aumenta, e a taquicardia piora”. A chave para minimizar os ataques e mesmo evitá-los é, portanto, conhecer os sintomas “para não ampliá-los e saber que não podem produzir qualquer dano”

Sintomas para identificar um ataque de ansiedade

entre os sintomas de um ataque de ansiedade, Cano lists:

1. Aumento súbito da sensação de ansiedade e medo

2. Graves palpitações

4. Aumento da temperatura corporal

5. Transpiração

6. Tremors

7. Sentimento de irrealidade

8. Despersonalização (sentir-se fora de si próprio) ou deserealização (sentir que o que está a acontecer não é real)

9. Medo de morrer, perder o controlo ou a consciência

10. Sensação de asfixia.

Além dos sintomas mencionados por Cano, o Manual de Diagnóstico de Doenças Mentais da Associação Psiquiátrica Americana também lista:

11. Afrontamentos

12. Aperto ou desconforto no peito

13. Dormência ou sensação de formigueiro.

A um ataque de ansiedade, nem todos estes sintomas precisam de aparecer. Juntamente com o aparecimento do sentimento de ansiedade e medo – o principal sintoma – devem aparecer pelo menos mais quatro dos sintomas acima enumerados. Todos eles começam abruptamente e, se não forem controlados, atingem a sua expressão máxima nos primeiros 10 minutos. Não têm uma certa duração: “Dependerá da forma como a pessoa a processa e do tempo necessário para se distrair”, explica Cano.

“Os factores que agravam uma crise de ansiedade são a ampliação e a atenção aos sintomas”, diz o psicólogo. “Também, nos casos de pessoas que já sofreram um, a antecipação: a própria ansiedade que causa pensar num ataque pode causar um. A chave para o psicólogo é, portanto, desviar a atenção dos sintomas assim que estes aparecem, e não agravá-los.

Como ajudar uma pessoa que sofre um ataque de ansiedade
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A prioridade para um ataque de ansiedade desaparece é fazer com que a pessoa afectada deixe de pensar nos sintomas que está a sofrer. Para o fazer, Cano recomenda:

1. Manter uma conversa activa: “A chave é distrair a pessoa, embora não seja fácil porque a sua atenção irá concentrar-se naquilo em que ela acredita que a ameaça”, explica Cano. Para o professor, a forma de desviar a sua atenção é “fazer todo o possível para que a pessoa afectada fale”. Ajuda a não aumentar os sintomas: é importante tentar fazer a pessoa afectada compreender que nada do que lhe está a acontecer pode fazer com que ele se torne ano. Enquanto falamos com ela, “temos de tentar fazer ver que são os mesmos sintomas que temos quando fazemos um exame ou falamos em público”, diz Cano.

3. Normalizar a situação: “Um dos receios que ocorrem no início de um ataque de ansiedade é que os sintomas sejam observáveis”, explica Cano. É importante, portanto, evitar atrair a atenção e que as pessoas sejam geradas em torno do afectado.

E o saco de plástico?

Na imaginação colectiva está a ideia de que, perante um ataque de ansiedade, é preciso colocar a pessoa afectada para respirar num saco de plástico. Isto porque os ataques de ansiedade há muito que estão associados à hiperventilação, respiração excessiva que produz uma diminuição do dióxido de carbono no sangue. Esta redução, por sua vez, produz sintomas associados à ansiedade, tais como tonturas ou taquicardia.

Hiperventilação, contudo, não é a causa de ataques: um estudo do Centro de Estudos da Ansiedade da Universidade de Boston, no qual tentaram induzir ataques de pânico por hiperventilação, concluiu que a hiperventilação nem sempre produz uma reacção de ansiedade. “Algumas pessoas podem achar que funciona para elas”, diz Cano, “mas a hiperventilação não é o verdadeiro motor dos ataques de pânico”, conclui Cano. “É a ampliação e a atenção aos sintomas, que é o que temos de tentar combater”

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